Gulas@MESA_DE_LEMOS

Diogo Rocha (e a sua equipa) são com a mesa portuguesa o que é um relojoeiro suíço com o tempo.

O tempo parte-se em anos, horas, segundos, milésimos. Escolhemos a unidade de medida que mais se adapta ao nosso pulso. À nossa vida. 

Há quem viva intensamente cada segundo enquanto outros (e outras) preferem contemplar a totalidade de um século. Partem o dia, da noite, os anos regulares e os anos bixestos e até mostram o Sol quando nasce, ao atingir o Zenite e acabar no Ocaso.

O Diogo (e a sua equipa) não têm ponteiros de milésimos de segundo mas tem uma clara noção do instante. 

Não tem mostrador de data mas tem uma montra para o mundo. Não se dá corda para funcionar mas dá muito trabalho colocar 24 horas de dedicação para os momentos que se vivem na Mesa de Lemos.

Foi bom chegar a um sitio onde o tempo pára e podemos dar toda atenção aos 4 sentidos que menos atentos ficam na correria do dia a dia.

A sala ampla acalma. O penedonibtegrado na arquitetura mostra que o tempo não conta. Ou melhor, é cronometrado em momentos.

Nós fomos para os 7 momentos com degustações que vão de Viseu, onde estamos, à Serra do Caramulo, s
Descendo A Peniche é atravessando o Mar até à Islândia passando pela Madeira.

Os produtos regionais e locais ganham protagonismo e influência da técnica. O atum em tacos, os pasteis de cogumelos ou a simplicidade de uma interpretação de cenouras em várias texturas que me fez querer ser vegetariano. 

Mas rapidamente perdi a vontade com o ponto de cozedura exímio do robalo e do peixe espada preto e a densidade espiciada do cordeiro. 

Na garrafeira estão referências da casa e de todo o mundo. Uma viagem pelos Taninos de Portugal.

Quemem Silegueiros passar tire o relógio, ponha o telemóvel no porta luvas e leve apenas a curiosidade inata ao ser humano para esta mesa. O Diogo tratará de prolongar esse momento até ao infinito....

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